A AstraZeneca admitiu pela primeira vez, diante da Justiça, que sua vacina contra a covid-19 pode causar um "efeito colateral raro". Segundo o jornal britânico The Telegraph, a empresa está enfrentando uma ação coletiva movida por 51 famílias na Inglaterra, que buscam uma indenização de aproximadamente R$ 700 milhões.

O processo foi iniciado por pessoas que desenvolveram trombose após receberem a vacina. A farmacêutica reconheceu que a vacina "pode, em casos muito raros, causar a síndrome de trombose com trombocitopenia (TTS)", uma condição caracterizada pela formação de coágulos que aumentam o risco de obstrução dos vasos sanguíneos. A empresa afirmou que o mecanismo causal ainda não é conhecido e ressaltou que a TTS também pode ocorrer independentemente da vacina.

A vacina da AstraZeneca, desenvolvida em parceria com a Universidade de Oxford, foi produzida no Brasil pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Em comunicado enviado ao jornal, a AstraZeneca destacou que a segurança dos pacientes é sua maior prioridade e que as autoridades reguladoras têm normas rigorosas para garantir o uso seguro de todos os medicamentos, incluindo vacinas.

No Brasil, a vacina da AstraZeneca foi amplamente aplicada, atingindo cerca de 153 milhões de pessoas. O Ministério da Saúde reforçou, em nota emitida em abril de 2023, que todas as vacinas oferecidas à população são seguras, eficazes e aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).